Prisão de Fogo: Odes à Ira do Amor Traiçoeiro
Amor, cruel tirano, despedaça-me a alma
Com promessas vãs e juras ocas.
Teu toque, queima, teu beijo, engana,
Desfaz-se em cinzas as palavras loucas.
Venenoso é teu abraço, cárcere da mente,
Açoite invisível, marca pungente.
Nas noites frias, gritos de dor,
Ecoam nas sombras de um falso ardor.
A traição, punhal cravado no peito,
A mentira, veneno suave e letal.
Queimou-me o coração, desfeito,
Neste jogo cruel e abismal.
E agora, ergue-se a ira, voraz tempestade,
Destrói os restos, cessa a saudade.
Amor, inimigo, detesto tua feição,
Queimarei tua lembrança, extinguirei tua prisão!