QUANTA PRETENSÃO
(Da série amores que eu inventei)
Quanta pretensão tive em crer,
Que no teu peito despertava emoções,
Ilusão pintada pelo tempo,
A idade fez-me crente, mas cego.
Enganado pelos sussurros da mente,
Imaginei um amor que não existia,
Sombras dançavam na penumbra do coração,
Vivíamos em dimensões diferentes.
Olhei teus olhos, busquei respostas,
Mas vi apenas reflexos de um sonho.
O ato falho de não ver a verdade,
Fez-me prisioneiro de minhas ilusões.
Agora, desfeito o véu da fantasia,
Vejo-me só, mas mais sábio,
E aceito que nem sempre o sentir é recíproco,
E o amor não se força, ele flui livre.
Nosso tempo foi um eco distante,
De um desejo que jamais foi compartilhado.
Que essa lição me guie na jornada,
Para encontrar quem viva na mesma dimensão que eu.
Tião Neiva