Maldade

O que procuras em mim certamente não é amor,

Teu sentimento é vil e avassalador que nos lança num fogo ardente

E nos transforma em cinzas, fantasmas vivos, servis, e carentes.

Pretendes aniquilar-me a alma, desfazer os restos de civilidade em mim presente.

Não procuras em mim nada que seja sutil, procuras as explicitudes,

Todo o mal que dia a dia retiro de mim, quer expor, fazer latente.

O mal que reside em ti é presente, e sente necessidade de me ver doente,

A maldade em ti é como o ar impuro que respiras, é hostil.

Eu poderia ser contigo como tu és comigo, rebaixar-me ao seu nível,

Dar a ti o que me ofereces, como o teu ódio pueril, para mim infantil,

Poderia retribuir-lhe com prazer todo o mal que sempre me serviu,

Mas deixo o tempo se encarregar de eliminar de vez, sua existência vil.