Metanoia d'Alma ferida
Hoje, transpiro lágrimas!
Na boca, doce sabor do fel,
O verbo solto, no ato revolto.
Alma, aos beijos no abismo,
Coração, sem prumo do fiel.
Hoje, clamo em silêncio!
Em gestos, de afago ingênuo,
No passo torto, que busca o Porto.
De alma nua, e joelho roto,
Num jogo bobo, de azar ambíguo.
Hoje, sou só pesares!
Na sua ausência, meu ser profano,
O meigo engana: cegueira insana.
A alma embala, falso consolo
No ato falho, de portolhano.
Hoje sou...
Lágrimas contidas,
O clamor oculto,
O pesar por sorte.
Sou… na verdade:
Nesse labirinto, não morte:
A alma à beira do abismo!
Geraldo Gabliel
Rolim de Moura, RO
1 de abril - no dia da verdade!