Você

E desde a primeira xícara de café, até o último gole de bebida... você está aqui. E entre esquinas e becos de ruas que no fim não possuem a saída que eu procuro, você está aqui. Eu ainda não superei tudo aquilo que não chegamos a ser, mas que foi idealizado e vivido, por mim. E no frio chão de um bar qualquer, eu sinto os calafrios que podem dizer muita coisa, menos o que eu queria ouvir. A sujeira de minhas unhas que já não são cuidadas, se fazem presentes em meus dias insignificantes e solitários. Já não evito a chuva, muito menos as surras que a vida costumar dar em pessoas teimosas. Apedrejado, escorraçado, mas nunca compreendido, ou ao menos escutado. E desde a primeira xícara de café, até o último gole de bebida... você está aqui.

Os ratos daquela famosa avenida são mais respeitados que minhas opiniões. Tornei-me desprezível por simplesmente amar. A avenida mencionada anteriormente, tornou-se famosa por abrigar os ratos que se contentam com apenas migalhas, e não falo dos animais, mas sim de pessoas, e sentimentos. E já não me importo em dar o outro lado da face para que a vida tente me ensinar algo... ainda estou na fase de pensar que o sofrimento é inspirador, e quanto mais inspiração eu busco, mais dor eu sinto. Atroz, condenado por simplesmente pensar em nós, quando na verdade, a primeira pessoa do plural nunca existiu.

Os agasalhos tentam, mas não podem enfrentar o frio que sua partida causou em meu espírito. E já procurei soluções quentes, como a mencionada xícara de café... mas não foi suficiente, pois, eu continuava de pé, e pior, consciente. E a bebida que por muito tempo fingiu ser minha amiga, também não consegue agregar, afinal, eu sempre acabo em delírios, imaginando que ao menos, o chão escolheu me abraçar. Busco a solução para tirar você não apenas da cabeça, mas também do coração. Assim, desde a primeira xícara de café, até o último gole de bebida, você está aqui... não ao meu lado, mas dentro de mim.