AMOR RETIRANTE
Tu dizes que fui embora, simplesmente desisti.
Dizes, com veemência, que meu sentimento findou
que foi muito fácil, deixar-te, abrir mão de ti.
E com a paz de alguém que não se desarmou,
preferes a cômoda versão em que te desamei.
Queres me fazer crer que sou inconstante
que enjoo fácil, amo efêmero e vacilante
E que eu não sei dar tempo, sou apressado
quero tudo pra já! Um típico emocionado!
Dizes que fui embora. Que desisti.
Que abri mão daquele nosso amor!
E perguntas por que eu não insisti!
Em quê? Respondes, por favor!
Eu não desisti, meu bem!
E não te abandonei também.
Mas me fizeste fragmentado
E deste o nosso amor por negado
Disseste amar! Mas escondido!
Só ao teu modo não assumido.
Para quem quer que fosse o negavas!
E para mim, não demonstravas!
Quiseste-me de verdade?
Nunca fui tua prioridade!
Fui tua dúvida eterna!
O teu eloquente tanto faz.
O mais frio “pode ser”.
Nunca fui o teu “te quero”!
Então, meu amor, de onde fui eu embora?
Acho que sequer me notaste!
Jamais parti, vejo eu agora.
Tu que nunca chegaste!