A VADIA DOS MILÊNIOS
A VADIA DOS MILÊNIOS
Estava a pensar coisas comigo
Caminhando pelas ruínas do fim
Prédios desabam por sobre mães
Sem passado nem presente
Quanta gente ao sul do portal
O amanhã parou no sol poente
Não sentia nada, de nenhuma coisa
Estranho Tempo. Todos os tempos
Desejava ver algum sucedido futuro
Mariane saiu do water-closet
Carolina, uma garota andina, brilhou
No rosto a chama do isqueiro
Mastigando uma folha de coca
A quase menina andina levou
Aos lábios duas bolas de pipoca
Frente ao gangster de posses
Ela nunca o tinha visto, nem sabia
Sequer seu nome, mas dançava
A dança do porquinho da Índia
A irmãzinha tudo via da brecha
No portal ele explora sua mente
O show no pântano continuava
Ao som de um turbilhão de mágoa
A emoção dele explorada nela
(havia tirado tudo dela)
A nudez caloura sem roupa no corpo
A simples privação dos sentidos
Na profundidade de sua mente
Depois dessa hora nunca jamais
Poderia solfejar outra aurora.