A VADIA DOS MILÊNIOS

A VADIA DOS MILÊNIOS

Estava a pensar coisas comigo

Caminhando pelas ruínas do fim

Prédios desabam por sobre mães

Sem passado nem presente

Quanta gente ao sul do portal

O amanhã parou no sol poente

Não sentia nada, de nenhuma coisa

Estranho Tempo. Todos os tempos

Desejava ver algum sucedido futuro

Mariane saiu do water-closet

Carolina, uma garota andina, brilhou

No rosto a chama do isqueiro

Mastigando uma folha de coca

A quase menina andina levou

Aos lábios duas bolas de pipoca

Frente ao gangster de posses

Ela nunca o tinha visto, nem sabia

Sequer seu nome, mas dançava

A dança do porquinho da Índia

A irmãzinha tudo via da brecha

No portal ele explora sua mente

O show no pântano continuava

Ao som de um turbilhão de mágoa

A emoção dele explorada nela

(havia tirado tudo dela)

A nudez caloura sem roupa no corpo

A simples privação dos sentidos

Na profundidade de sua mente

Depois dessa hora nunca jamais

Poderia solfejar outra aurora.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 12/03/2024
Código do texto: T8017848
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