O BOBO DA CORTE PARTIU!
O bobo da corte partiu,
Com o seu coração partido,
Em busca do amor próprio,
E dos sonhos adormecidos,
O bobo da corte partiu,
Partiu com o seu coração
partido.
Levando junto os sentimentos ocultos, sorrisos forçados,
Sonhos aprisionados, choros contidos.
Partiu do palco da vida, onde ele dançava,
Com sua máscara pintada e olhar vago.
As lágrimas escondidas sob o nariz vermelho,
E a tristeza disfarçada em piadas e gracejos.
Os aplausos ecoavam, mas não tocavam sua alma.
O bobo da corte partiu.
Partiu em busca do seu amor próprio que o tempo afastou, o ventou levou, e ele não viu.
O bobo da corte partiu.
Partiu em busca dos sonhos que adormeceram, mas que não morreram, estão a vagar.
Ele ansiava por liberdade, por um mundo real,
Mas estava preso na comédia, nesse triste papel que lhe faz tanto mal.
E assim, o bobo da corte partiu,
Levando consigo o coração partido.
Em busca do amor próprio perdido
Para despertar seus sonhos adormecidos.
Talvez assim, em algum lugar, além do riso e da farsa, ele finalmente tenha o seu coração ocupado, encontre o amor próprio, tenha os sonhos restaurados.
E, então, somente então, o bobo da corte vai deixar de ser coadjuvante e se tornar protagonista de sua própria história.