Mácula
Destroços de uma mente Instável
Perdida no infinito atemporal
Outrora velejando tragédias vindouras
Ora ancorada em lembranças
Contaminada por vãs esperanças
Grilhões para seu pescoço e membros
Rastejando na poeira do mal alento
Em seu loop, sua espiral deplorável
Luzes se apagam e se acendem
Como estrelas que nascem e morrem
Tombando no céu em faíscas astrais
Fechando olhos, oferecendo desejos
No fim, sempre resta o desespero
Na imensidão solitária e escura do espaço
Na morte gélida e sufocante do vácuo
Cadáver que flutua ad infinitum
Em mim, palpita crescente mácula
Pautada em cada prova de má fé
Que mutila o amor, fragiliza a alma
Que nos desafia a manter a calma
Enrijecem as feições, afunda-se o olhar
Fecham-se punhos, firma-se caminhar
Abraça a realidade, abandona o sonhar
Transborda, entrega ao mundo sua mácula