Sísifo
Eu vi o paraíso,
Ele não era como uma ilha ou pedaço de terra
Seus olhos cor de mel eram doces
E seus cabelos castanhos trazia a dualidade
De der inocentemente a representação da pureza
E ser minha maior tentação nas raízes da falsa inocência
Sonhava com seus lábios de seda
E sua língua tentadora
A tentação de queimar o mundo
Apenas para ver os nossos frutos
Era a eterna ironia ao descobrir águas sem vento
E um calor ardente de ódio projetado
Foi onde eu conheci o purgatório
Não importa o quanto respire ardem-me os pulmões
Não que importe para alguém
Não que importe para você
Quero dizer, você chegou aqui
E me fez sorrir no meio de um cenário de guerra
Nós passamos a dividir o alegre, o absurdo e o insano
Se ainda sofria de uma punição mental, era para mim
Como um dedo umedecido em minha garganta seca
Ainda me sinto privado do que eu não poderia
Mas com as demais simplesmente tratei como inevitável
Apenas mais uma admiração sem frutos
Há algo que você me faz sentir fora dos eixos.
Se havia deserto tento navegar
Se há fome e sede tento me superar
Eu queria que nosso único elo em comum não fosse, entretanto,
A forma de nós dois perecermos e falecermos, cada um a seu modo
Sinto que é redundante dizer que vejo você capaz de crescer e voar
Pois diferente de mim ainda não lhe amputaram a vontade
Diferente de mim não me condicionaram a uma gaiola
Diferente de mim não controlaram cada movimento
"Era uma vez um boneco, se parecia muito humano
Suas orações eram em vão e templos dos quatro cantos conheciam
Hinos e orações enferrujavam-no por dentro
Mas era tão quietinho..."
Eu percebi que a cada ato de carinho e a cada dúvida
Mais certo que eu queria saber mais te proteger
Ignore a privação de afeto, te abraçaria e te ouviria
Mas eu temo por onde este caminho levará
Pereci como um homem de oitenta anos em seis meses
Se a dor de descobrir que é o meu inferno surgir
Existirá espaço no fogo da punição para a chama da vida?