VOU ME EMBORA DAQUI

Aqui, nessa terra seca

Não nasce nada, nada cresce

Nem amor, nem alegria

Não há como germinar uma semente

Numa terra que mente

Numa gente vazia

Rodei para todos os lados

Procurando ao menos afeto

E um pouco de empatia

Sinto uma dor no espinhaço

Carrego um velho cansaço

De pequeno, até hoje em dia

Vou me embora daqui

Não aguento tanta frieza

Nem o silêncio da covardia

Sinto de novo a dor no espinhaço

Um corte feito com o aço

Da adaga de quem me traía

E talvez, quando eu chegar

Numa terra nova e fértil

Renasça o amor que outrora morria

E assim, quase que de repente

Um jardim colorido e contente

Passe a ser minha moradia