Declaração ou quase uma
Meu pecado é desejar você de maneira que não tento negar a ninguém, além de mim e meu enganoso coração
Que por sinal se enlaça em nós, se perdendo na gente e nos malditos beijos que não te dei
Meu crime é imaginar você de modo que fico com teu cheiro em minha pele, perdida por sua voz em um mar onde não sei navegar e nem escrever em minha citação
Que mesmo sem querer grita teu nome, transbordando a bagunça que tua falta deixa na minha cabeça e expõe os sentimentos que nunca falei
Minha mentira é ocultar a abstinência que tenho do teu toque, cada momento que seus olhos tocam os meus e não há nada que eu faça, a não ser fingir costume escondendo a sensação
Que me destrói por dentro pela certeza de uma vida que não terei você por meu desleixo, no calor de uma noite escura que deixaria os cuidados desse amor sobre a lua, e esse é um fato que nunca aceitei
Meu egoísmo é te dedicar palavras que sei que nunca irão ser lidas, pois elas dizem mais de mim do que sobre você e nossa relação
Que se torna impossível cada vez que me aproximo carregada de incertezas não ditas e um vazio repleto de poucas coisas, quais nenhuma representa você, mas eu nunca larguei
Meu fardo é sofrer em silêncio, rodeada da carência de teus afagos e tua companhia, coisas das quais fujo, por me assustarem sem explicação
Pois talvez eu não seja corajosa! Não como achei que fosse, para me rasgar e lhe dar passagem sobre os remendos que fiz sabendo o custo dos cuidados que nunca tomei