Declaração ou quase uma

Meu pecado é desejar você de maneira que não tento negar a ninguém, além de mim e meu enganoso coração

Que por sinal se enlaça em nós, se perdendo na gente e nos malditos beijos que não te dei

Meu crime é imaginar você de modo que fico com teu cheiro em minha pele, perdida por sua voz em um mar onde não sei navegar e nem escrever em minha citação

Que mesmo sem querer grita teu nome, transbordando a bagunça que tua falta deixa na minha cabeça e expõe os sentimentos que nunca falei

Minha mentira é ocultar a abstinência que tenho do teu toque, cada momento que seus olhos tocam os meus e não há nada que eu faça, a não ser fingir costume escondendo a sensação

Que me destrói por dentro pela certeza de uma vida que não terei você por meu desleixo, no calor de uma noite escura que deixaria os cuidados desse amor sobre a lua, e esse é um fato que nunca aceitei

Meu egoísmo é te dedicar palavras que sei que nunca irão ser lidas, pois elas dizem mais de mim do que sobre você e nossa relação

Que se torna impossível cada vez que me aproximo carregada de incertezas não ditas e um vazio repleto de poucas coisas, quais nenhuma representa você, mas eu nunca larguei

Meu fardo é sofrer em silêncio, rodeada da carência de teus afagos e tua companhia, coisas das quais fujo, por me assustarem sem explicação

Pois talvez eu não seja corajosa! Não como achei que fosse, para me rasgar e lhe dar passagem sobre os remendos que fiz sabendo o custo dos cuidados que nunca tomei

PXM
Enviado por PXM em 06/01/2024
Reeditado em 17/01/2024
Código do texto: T7970620
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