Nem todo amor é poesia

Um amor forte e discreto,

Nas brumas cegas crescia.

Mas, um coração inquieto,

Se aquietar já não podia!

Batia até descompassado

A cada vez que ela partia.

E ele de tão enamorado,

Só apanhava e não batia.

No outro peito, porém,

Morava uma alma fria,

Que não amava a ninguém

E em nada correspondia.

De flores, foi uma florada,

De poesias, um cancioneiro

E os elogios para a amada,

Cobriam o mundo inteiro.

A outra alma, inclemente,

Nem caso disso fazia,

Nem pela lágrima quente

Que pelo rosto escorria.

Por fim se esfriou no peito,

A chama que outrora ardia.

Nem tudo na vida há jeito,

Nem todo amor é poesia!

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 03/01/2024
Reeditado em 03/01/2024
Código do texto: T7967991
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