A Estrela e a Lua

Sinto que nós somos

como a Lua e a estrela

mais próxima à ela,

mas elas não se tocam.

Se um dia se tocaram

viraram poeira cósmica

que se espalhou

por todo o Universo.

Que seguiram caminhos separados.

Que se juntaram novamente

por um breve momento,

mas a conexão não foi

forte o suficiente

para consolidar um relacionamento.

Mesmo assim,

as lembranças são bonitas.

Algumas delas.

Outras doem porque

causaram feridas

sobre outras que o tempo

não conseguiu cicatrizar.

Ainda não sei te amar.

Nem sei se, algum dia,

você vai me deixar.

Ficar vulnerável perto de você

nem sempre é bom.

Às vezes, é doloroso

e não faz som algum.

É infinito, mas acaba

quando abro os olhos.

Eu durmo e acordo

e não te vejo.

Você deixou de ser

meu mais bonito desejo.

Agora, só busco a paz,

que você não mais me traz,

e nem sei se um dia trouxe.

Mas era gostoso sorrir

ao pensar em você,

e flutuar ao ouvir o som da sua voz,

e suspirar ao sentir teu perfume.

Escrevi spbre você

porque é tudo o que eu sei fazer,

Te eternizei em versos

porque não sei até quando

habitará meu coração,

Te lembro em canções,

mas te sinto escorregando

pelas minhas mãos.

Você é bela demais

para estar apenas

em versos desajeitados.

Você é a poeira cósmica

não brilhante

mais brilhante que já conheci,

mas te lembrar agora

não me faz mais sorrir.

A ansiedade me abraça

e o coração descompassa;

sinto angústia

e me perco na falácia

de que um dia

poderia ter sido sua.