Sobre Fósforos e Luzes Ofuscantes
Nós juntos éramos fósforos
Fugazes e sem fisionomia
Entre beijos abafados
O silêncio percorria-nos entre álibis
Tua luz nostálgica causa fascínio em todos
Há um desespero para estar em tua companhia
Outra vez um incêndio que promete tempo
E esmorece confabulando teu nome entre o ardor
Ando dançando com pares de vagalumes
Para encontrar algo que me lembre de você
Eu fiz festividades em cada ferida que abri
E hoje comemoro teu eco encontrado pela cidade
Hoje, meu perfume é uma Versalhes ambulante
Me exibo com sais desconhecidos e temperos variados
Invento cores, congestiono tatos, embriago licores
Com o mais simples reflexo
Subo nu a mesa, onde propostas são escandalizadas
Arrastando flores agridoces embaixo da língua
Barganho moedas que ainda não existem
Propondo banquetes nas frestas de braguilhas
Para esquecer teu nome infame
Enquanto adoto outras desfeitas
Com toda a honestidade evito conflitos
E canto um encanto moldado por joias
Cigarras para o tédio desobediente
No geral, o otimismo é uma máscara
Ou uma adaga para o que a ocasião nutrir
Você não voltará ao meu encontro
Mas no final, você continuou sendo um farol
E eu, estive a deriva em uma noite de neblina
Temendo o pior a cada passo que ouvia
Você tornou-se a luz ofuscante que evito olhar