Sobre Fósforos e Luzes Ofuscantes

Nós juntos éramos fósforos

Fugazes e sem fisionomia

Entre beijos abafados

O silêncio percorria-nos entre álibis

Tua luz nostálgica causa fascínio em todos

Há um desespero para estar em tua companhia

Outra vez um incêndio que promete tempo

E esmorece confabulando teu nome entre o ardor

Ando dançando com pares de vagalumes

Para encontrar algo que me lembre de você

Eu fiz festividades em cada ferida que abri

E hoje comemoro teu eco encontrado pela cidade

Hoje, meu perfume é uma Versalhes ambulante

Me exibo com sais desconhecidos e temperos variados

Invento cores, congestiono tatos, embriago licores

Com o mais simples reflexo

Subo nu a mesa, onde propostas são escandalizadas

Arrastando flores agridoces embaixo da língua

Barganho moedas que ainda não existem

Propondo banquetes nas frestas de braguilhas

Para esquecer teu nome infame

Enquanto adoto outras desfeitas

Com toda a honestidade evito conflitos

E canto um encanto moldado por joias

Cigarras para o tédio desobediente

No geral, o otimismo é uma máscara

Ou uma adaga para o que a ocasião nutrir

Você não voltará ao meu encontro

Mas no final, você continuou sendo um farol

E eu, estive a deriva em uma noite de neblina

Temendo o pior a cada passo que ouvia

Você tornou-se a luz ofuscante que evito olhar

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 16/12/2023
Código do texto: T7955538
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