Estrada
De volta à estrada,
caminhando solitário,
olhando as estrelas
em noites tristes,
assim termino o ano,
invisível novamente,
mesmo com tanto amor,
com tanto sentimento,
com tanta vontade de ser,
e no final são todos cegos,
são todos tão mesquinhos,
são todos tão egoístas,
só enxergam o próprio umbigo,
só querem ser amados,
só querem receber,
só querem holofotes,
inventando desculpas,
invertendo crenças,
justificando o desamor,
disfarçando o pouco que são,
escamoteando o vazio que carregam,
tão limitados em pensamentos,
tão estreitos em sentimentos,
machucam sem remorso,
são os arautos dessa era
de falsos, cínicos e fúteis,
vivem a superficialidade,
nunca mais aceitarei migalhas,
jamais me contentarei com dúvidas,
quem não sabe o quer, sabe que não quer,
e esses não são dignos de amores profundos...