AMOR CREMADO

Eu me namoraria, dizia.

Para ela mudava meu dia.

Disposta a fazer o que ela queria.

Para ela me abria.

Dela, nenhum segredo.

Por vezes até me esquecia.

Uma coisa lhe pedia: segurança

Antes da Matta, estava segura.

Eu, não sabia, dia infeliz que se acabaria.

Desabrigada, o meu pior lado surgia.

Em um penhasco me via, não me joguei.

Mas seu afastamento me condenaria.

Segura já não me sentia, ainda a queria.

Em pedaços insistia. Machucá-la?

Não queria, ela sem cuidado me tocaria

eu, já em cacos, a cortaria.

O seu silêncio me corroí.

Sua distância me destrói.

A minha insegurança cresce,

Disse não a sua presença, de presente

ela fez das minhas confissões armas!

fui pulverizada, antes cacos, agora em pó.

Desintegrada, maldita confiança depositada.

Hoje? Não me namoraria!