Frágil enlace

Da mesma forma que começou,

o frágil enlace de via única,

findou ao vento mais forte,

esgarçou-se na revoada dos sentidos,

como tudo que não obtém equilíbrio,

sustentado em apenas um corpo,

mantido pela batida de um só coração,

um semi platonismo negociado,

respirando em aparelhos,

sobrevivendo por um fio,

na restinga de uma esperança vã,

e tal como já era previsto,

desandou, ferveu, queimou, evaporou,

a dor ainda paira no ar,

aquele gosto de ressaca sem bebida,

em um céu noturno sem estelas,

não há músicas de fundo, nem meia lua,

na solidão do tempo, o amargor,

o ressentimento de mais um vez,

abrir a guarda para experimentar,

desvelar os sentimentos para sonhar,

e ao final ser apunhalado como um tolo,

no desamor das histórias com um final infeliz...