Teu toque arranha a minha pele
Teu toque arranha a minha pele.
Meus tímpanos escutam a tua voz
Como se fossem ruídos,
Você nunca me disse uma palavra que não fosse doce,
Mas o sabor delas em meu ouvido é azedo
E sempre que te ouço,
Sinto vontade de vomitar.
Há dois anos, tento te pôr pra fora
A todo custo,
Mas você me invade.
Eu não posso existir
Nos mesmos lugares onde você está.
Toda vez que escuto o seu nome
Eu me escondo no banheiro
E me pergunto: o que tenho feito todos esses anos?
Por que é que tenho pavor de você?
Queria te abraçar sem ser invadido por uma sensação de morte,
Queria conseguir olhar no teu olho sem sentir vontade de chorar,
Queria conversar com você sem o desejo de fugir,
Mas não consigo, nem nunca consegui.
Estar perto de você, pra mim,
Tem sido pior do que morrer.
[Hoje eu te vi pelos corredores,
Chamei pelo teu nome, te cumprimentei,
Te dei um abraço, disse que estava com saudades.
Você disse que deveríamos marcar algo
E foi embora]