Me ensine a apagar sentimentos

Eu senti dentro de mim cair pedaços

Dores, recomeços, aconteço, desapareço

Nunca terei plenitude, carregando o fardo

Sorrisos, primeiros beijos, primeiros toques

Passagens boas de momentos que nunca mais retornam

A alegria que me proporcionou causou a minha queda

Mas ainda em outros olhos ela me assombra

Quando eu noto que eu sou apenas indesejado

Coração partido, mal acostumado,

Com o vácuo proporcionado pela fixação de um recomeço

“Eu encontrarei alguém que supere tudo que senti por você”

Amaldiçoado pela obstinação mas fraqueza de desejo

Onde eu busco colher flores, talos viram serpentes

Pétalas viram asas de insetos e o cheiro de terra molhada

Se transforma em cheiro de queimada

Onde eu encontrava uma terra fértil

Um solo para minha existência

Vivi praga sobre praga em um corpo fraquejando

Eu não quero desejar amar, eu sei que não existe felicidade

Em meu corpo marcado pelo flagelo da destruição e do tempo.

Alguém me ensine a sublimar a dependência de alcançar a completude

Sem precisar alcançar a tão jubilosa e sublime união

Com quem eu sei que fui escolhido e fascinado

Onde encontraria pequenas alegrias e grandes sonhos

Onde eu finalmente queimaria e iluminaria

Na fissão do “eu” e “tu” em “nós”

Ressignificando cada palavra, cada convívio

Cada carinho ou sorriso que juntaria

Por serem algo sem preço, a meu ver,

Devo acreditar? Há como sublimar?

E aprender a congelar meu maior sonho

Imutável e irreal, sem forças para

Me fazer querer alcançar o que quase consegui

Em amores que não consegui a plenitude.

Psycho Vincent
Enviado por Psycho Vincent em 19/11/2023
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