Confesso que (não) vivi
Eu não sei amar.
Não tive ainda a mulher de minha vida,
nem mulher alguma que me amasse com verdade.
Eu, porém, já amei muitas vezes, mesmo não sabendo amar.
Amei um amor-roseira,
que quando não é entregue à mulher amada,
torna sua beleza em espinho e sufoca o meu coração mudo.
Amor resignado, mal-amado e mal vivido, ao contrário de Neruda,
confesso que não vivi,
ainda.