Confesso que (não) vivi

Eu não sei amar.

Não tive ainda a mulher de minha vida,

nem mulher alguma que me amasse com verdade.

Eu, porém, já amei muitas vezes, mesmo não sabendo amar.

Amei um amor-roseira,

que quando não é entregue à mulher amada,

torna sua beleza em espinho e sufoca o meu coração mudo.

Amor resignado, mal-amado e mal vivido, ao contrário de Neruda,

confesso que não vivi,

ainda.

Antologia da Existência
Enviado por Antologia da Existência em 18/11/2023
Código do texto: T7934454
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