GOTAS DE ORVALHO*
Como gotas de Orvalho,
Foram as lagrimas que chorei
Quando de ti me afastei
Pra cumpir o meu Calvario!
Lagrimas caiam de par em par
Foi regando a natureza,
O horror se veste de beleza,
Era a Esperança a bailar!
Mas essas lágrimas sentidas,
Lembrando de ti amado,
Ve-se que nelas há vida,
Serias por mim esperado!
A natureza nessa hora,
Tambem chorou seu orvalho,
E suas lágrimas chorosas
Escorriam de um belo galho!
E a folha tambem chorou,
E outras folhas choraram,
Ouve-se um lamento de dor
no trinado de um lindo pássaro!
De um pássaro cantor,
Ecoou por toda extensão,
Entenderam, foi por amor.
Que houve Renunciação!
Somente tu meu amado
Recusou-se a entender,
Por isso me humilhaste;
Fizeste tudo pra me ofender!
Fiquei algum tempo ferida
Mas pensei; não aceito mais isso,
Tive pena de ti meu querido.
Descobri: isso é puro sadismo.
Isso é maldade da braba,
Pra se vingar do teu ciume,
Me feriste com uma espada,
Uma adaga de dois gumes!
Depois com a alma ferida
Me deixaste á sofrer
Não despedaçaste a minha vida
Dilaceraste mesmo á você!
Hoje dizes que o amor acabou,
Como, se de tua parte nem existiu?
Porém, eu curada ja estou!
E você inda nem se decidiu!
Eu te comparo á um Símio
Que pula de galho em galho,
Meus olhos enxergam isso
Não choro mais; Gotas de Orvalho!
Linda Interação da Poetisa Aila Brito
a quém agradeço pelo carinho.
As lágrimas caídas
são gotas que aliviam,
curando as feridas.
E quem as provocou,
certamente, amargurado,
remói a sua dor.