CANTO 11.

SOBRE A DOR.

Tornei-me prisioneiro de meus pensamentos,

Acorrentado pelos meus devaneios,

Flagelado diariamente por algozes misteriosos,

Atormentando por quimeras abismais,

Acusado pelo luar e as estrelas,

Não sei mais quem eu sou,

Ou no que eu me transformei,

Restou apenas palavras de solidão.

A lembrança do som da tua voz me traz a dor,

A dor da saudade, da ausência de não tê-la aqui,

Você tão perto de mim e distante ao mesmo tempo,

É a sonoridade da tua voz que me enlouquece,

Me faz desejar você o tempo todo,

Anjo lêdo da minha juventude,

Meu delírio, sonho de ventura,

Ainda te lembras de mim?

Eu insisto na tola ideia de te amar,

Criando expectativas e ilusões,

Imagino situações que não existem,

Você habita em cada canto do meu pensamento,

Tais imaginações são por demais angustiantes,

O brilho do teu olhar dói lá dentro,

O teu perfume enfeitiça a minha alma,

A tua silenciosa presença é simplesmente delirante.

Cada pequena lembrança no pensamento,

Da sua voz de anjo lêdo,

Do seu perfume suave,

O toque de suas mãos macias,

Toda lembrança hoje é dor,

A dor de uma saudade que não passa,

A sua imagem ainda é forte dentro de mim,

Tão próxima e distante ao mesmo tempo.

Há momentos de intensa solidão,

Onde nenhum lugar no mundo te cabe,

Cada canto representa uma dor diferente,

A dor da ausência, silêncio que machuca,

Você partiu sem me dizer adeus,

Ainda que eu a veja vagando pela cidade,

Os teus passos serão sempre distantes dos meus,

Ainda sim, não consigo esquecer tua presença.

Te acompanho a distância,

Vendo todos os teus passos,

Você nunca me vê, não me percebe,

Mesmo quando estou a um olhar de você,

Isso também é dor infinita,

Dessas que nunca param,

Que nos perseguem o resto dos dias,

Não consigo descrever a dor de te amar.

Quando nos veremos novamente?

Face a face, olhar no olhar, quando?

Quero sentir a fragrância de seu perfume,

O calor da tua presença,

Sentir a possibilidade de um olhar de amor,

Do beijo inesperado e quente,

Quantas vezes tenho esses devaneios,

Essa dor de imaginar sem tê-la realmente.

Tenho em mim todos os sonhos do mundo,

Em cada um deles você se faz presente,

Quisera eu poder um dia, apenas um dia,

Fazer real cada sonho que tenho,

Sei do abismo de irrealidade que nos cercam,

Sei da dor da dor tão mais presente,

Sinto que não mais pertenço a este lugar,

Não há espaço para este poetas em seu mundo.

Todos os dias a dor me invade,

Toma o castelo do meu coração,

Arrebenta com os meus sentimentos,

A todo instante me faz pequeno e covarde,

Passei a rabiscar em meus versos,

Cada desventura de tentar te amar,

Esse relato é de dor, de angústia infinita,

Versos escritos na solidão de um alma doente.

Talvez um dia, talvez em algum lugar,

Quem sabe ali haja outros universos,

Uma possível versão de nós dois,

Em que não haja tanta dor, desamor,

Talvez nesse lugar no espaço tempo,

O amor seja mais forte que a dor,

Talvez um dia meu amor,

Sejamos muito mais do que versos no papel.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 13/11/2023
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