VERTIGEM

Enquanto os dedos das mãos

Já não conta com os anéis

Dava corda no coração

Após sofrer o revés

E imaginar que ainda a pouco

Vestia sua melhor fantasia

Agora, refém do escopo

Ainda mais se exila

As paredes são de uma prisão

Sem ter cometido um crime

É noite atrás da cerração

Da cortina de gabardine

O sonho foi mesmo vertigem

Acordado tudo é diferente

Agora o que mais a aflige

Como olhar pra frente?

Se nos livros não há respostas

Melhor arranhar os discos

E do outro lado da porta

Prevalecer o imprevisto

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 12/11/2023
Código do texto: T7930330
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