Mandei caiar a Morte

Mandei caiar a morte

Na Luz dos olhos fundos

No suspenso dos meus lábios

Onde a vida não se esconde

Nem se dá a outros mundos!

E das searas ao vento

Que de lágrimas reguei

Mandei colher a noite

Contra mim e contra a vida

A que afinal nunca me dei!

Nada é inútil, nada é vão

Rios de sombra, rios de lume

Nestas linhas do meu canto

Velas de todos os ventos

A que dei o meu ciúme!

Poeira de ventos, apenas

Que desejo mas não ponho

Na raiz de cada espiga

Ao passar por mim o vento

No olhar de cada sonho!