A GUERRA
Quem viu a Guerra, quem viu a Guerra por aí,
Quem viu a Guerra, por aí, sempre a crescer?
Eu a vi, eu a vi, eu já a vi e senti:
Crianças, homens e mulheres, tudo a morrer…
Com fantasmas e com desejos, luta a luta
Voam por todo o lado balas e silêncios
Secam-se todos os beijos e a vida é curta
Com débitos de Paz em horizontes densos!...
Eu procurei, por tudo o que era sítio, a Paz,
Eu procurei a Paz, procurei, mas não a vi…
A não ser lágrimas, dor e ódio contumaz
E quis esperança, mas chorei e jamais ri.
A Guerra, a Guerra, quem é que a viu a Guerra?
Nos cinco cantos do mundo, ela permanece
Por entre os seres humanos que há pela terra
E quanto mais o ódio sobe, ela porém desce.
Ó homens que julgais que sois invencíveis
E que tendes em vossas mãos todo o poder?
Lembrai-vos bem que todos os seres são perecíveis
E que, de uma hora para a outra, irão morrer?
A Guerra só a há enquanto houver dinheiro…
Enquanto houver dinheiro, pois, haverá riqueza,
Haverá glória, vaidade… e seu fim derradeiro
Será só este: derrota, miséria e vil pobreza!
A Paz, a Paz, a Paz, onde será o seu abrigo?
A Paz, onde se encontra esta bem-aventurada?
O Mundo, desavindo entre o crime e o castigo,
Não a tem dentro de si, qual âncora sagrada!
A PAZ, a PAZ, é a única arma que vence a guerra
E que dá um sentido a toda a humana vida…
Que todos oiçam este Grito em toda a terra
Pois nele habita uma nobre Alma enriquecida!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM