Espelho Ingrato

Uma lágrima rola

em minha face,

cada vez ao olhar

o espelho ingrato,

ele mostra sem piedade

toda a minha dor

de te perder,

de não te ver

além de uma sombra

no vidro.

É memória viva

ao olhar para mim

constatar toda dor latente

em meu peito dolente,

como espada cravada de solidão.

Ó espelho malvado,

tira de mim a face oculta,

de outro olhar tristonho

ao ter me deixado tão cedo,

na mais cruel dor,

não desejada,

não me querias ver sofrer,

não foi possível o contrário.

Ó sombra da minha alma

desolada e amante fiel,

não te olho mais

já te vejo no oculto,

na essência do meu ser

saudoso e sofrido,

não fora o espelho,

seria o mar, a areia molhada

onde piso e encharco

a cada dia mais e mais...

Orvalho do Céu
Enviado por Orvalho do Céu em 09/10/2023
Código do texto: T7904553
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