MENINA PREGO (HITÓRIA RIMADA)

Gritos vinham de dentro e olhos mexericos viam de fora,

O alvo era a menina, que sofria calada, sempre como agora.

Costume de mãe e pai era esse, gritar até perder o fôlego,

Mas se arrependeriam depois, a menina transformar-se-ia em prego.

Gritos eram marreta, menina o produto e tristeza era o molde,

Sozinha se sentia, pois enxotaram até sua amiga cadela,

Encarcerada estava (socorro) em seu corpo, a própria cela.

Sozinha em escuro pesadelo, rezando para que alguém a acorde.

Seu corpo se tornara arguido, e sua cabeça mais chata,

Para si sonhava um marido, e ter uma vida pacata.

O lábio estava mais fino, os braços também já perdeu,

Conheceu um homem ferino, tenham dó assim como eu.

Para sair de perto dos pais, deles já pedia arrego,

Enamorou-se por este bruto com gênio nada singelo.

Essa é a história da menina transformada em prego,

Os pais não entenderam quando casou-se com martelo.