Uma Noite de Verão Severa nos Campos Carcomidos de Alice
A tua vinda me embriaga
Já somando-se décadas
Eu estive vagando nos lábios em pêsames
Mas não eram viúvas, ou outros infortúnios
Outra vez, exagerando condições
Inventando pronomes, desrespeitando autores
Citando-os feito o cuspir desengonçado das fábricas
Adoecido na ideia do teu espetáculo vadio
E há palavras-espíritos querendo fugir
Eu as cerro com os dentes como se condenasse a fome
Fomento vítimas e contraindicações
Quando calo a dança ímpar do meu espírito
Afundei o meu rosto em máscaras de dentro para fora
O que vi era uma farsa insuflada pelo egosearch
Um cadáver esquisito, construído a partir
De discursos percussivos nos relógios e rimas fáceis
A ponta dos meus dedos giram
Evitando teus dedos
Olhos de peixe me dissecavam a imagem
Narizes falidos cheiravam meu corpo
Nosso quarto tombado patrimônio análise público-fanfic
O colchão emoldurado, entre lençóis sujos e o desenho dos corpos
Visitações agendadas, paredes substituídas por espelhos
Desenhos digitais atribulados nos recriam em miniaturas de três dimensões
Ultra exposição a toa, outra barbárie
Eis tu um espantalho dos estabelecimentos
Condição alheia da intimidades de personas
Em cinemas franceses fracassados dos anos sessenta
O sonho rímel não removível
Não caíra em tal dilúvio
Marcas e estrias esfriam o burlesco
Cabaré das personas químicas demaquiladas...