Aquele ódio próprio

Um ódio próprio me assombra

Tenho vontades de Manuel

Aquelas de entrar no mar

E não mais voltar

Que o existir é insignificante

Sinto como mais um

Verme rastejante

Que esse mundo gerou

Abrace-me

Que sua Bandeira me envolva

Apenas vestida dela

Passarei as noites sem lua

Contando as 27 estrelas

Que alguém bordou

Quem?

As mulheres passam nas sombras

Solitárias

Loucas

Bordam

Escrevem, cozinham

Choram

Quem sabe seu nome?

Quem lhe deu algum valor?

Um homem?!

Criaram as normas que a rotulou

Me odeio tanto essa noite

Mais do que nunca

Quero em Pasárgada me afogar

Madame F
Enviado por Madame F em 23/07/2023
Reeditado em 23/07/2023
Código do texto: T7843537
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