Forte Corte

 

Um corte

Forte

Foi certeiro

Abaixo do meu joelho.

Eu me machuquei como um arqueiro

Dando mais uma flechada

Na própria costa entrecortada

Ignorando um bom conselho

ou até outra no meu sobrevivente coração

À intensa dor de uma desilusão.

 

Coagulou pelo meu corpo me defender

A qualquer custo

E uma casca se formou ao procurar ceder

À reclusão em absoluto.

 

Mas aí, você veio e ficou remexendo

Meu machucado

A cada semana se intrometendo

No meu corpo calado.

 

Estremeci. Congelei. Indignei.

Rompeu com minhas defesas.

Agiu tão rápido que não desviei.

Deixe elas em paz nas mesmas!

 

Audácia sua continuar tirando a casca

Como é me empurrar de uma cascata,

Mas sobrevivi a essa violência

E quero a minha paz com urgência.

 

Agora não deixo de observar

E de não conseguir ignorar

Que ainda lá ficou uma marca

A qual é evidente na minha cara.

 

Sei do meu passado de arqueiro

E de boba na corte pela metade de um ano inteiro

De alguém que me flechou dizendo que me amava

E agora só restou a dor da desilusão como marca porque eu confiava.

 

Quase confiável, pois era estranho

Cutucar na ferida

E ainda mais insano

Me dizendo ser querida...

 

O que posso supor que o seu amor

Não é o mesmo que o meu

Porque atirou em mim dando dor,

Mas agora da marca uma cicatriz nasceu!

 

Continuação do poema "Arco e Flecha"

 

Pessoal, estão convidados para o próximo sarau do grupo Fazer Poético. 

Link:

https://facebook.com/events/s/sarau-fazer-poetico-online-e-i/1393667098033271/

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 21/06/2023
Reeditado em 29/06/2023
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