Fazer amor por fazer
Não faço amor por fazer,
Isto não me apraz,
Sem amor, é nulo o prazer,
Se o coração não se envolver,
O corpo não nos safisfaz.
Não são carícias sinceras,
Não são os afagos reais,
A relação não próspera,
É como prender se numa cela,
Em laços que a vida nos traz.
Nem as palavras ditas,
Sequer soam verdadeiras,
São frases habituais da escrita,
Que um do outro imita,
Desta função rotineira.
Pois quando se acaso aparece,
Intruso na ralação,
Resistência não se oferece,
Um do outro se esquece,
Não próspera a união.
Basta um elogio atrevido,
Uma demonstração de status,
E o castelo construido
Se torna em casebre esquecido,
As vezes mal assombrado.
Então é melhor amargar,
Aumentar a multidão,
Dos que decidem ficar,
E nunca se aventurar,
Nas algemas da ilusão.
É muito melhor ser taxado,
Seja lá do que for,
Que ser facilmente engodado,
Por falsos e doces lábios,
Que fingem te dar amor.
Ladislau Floriano