Entre constelações e dilemas
Cansei de segurar e soltei o mundo,
que imediatamente rodopiou no firmamento como uma pandorga solta ao vento,
singrando o céu e corcoveando a rabiola em movimentos uniformes e frenéticos.
E eu, cansado, sentei-me à sombra de um cinamomo, desalentado e com pensamentos desconexos.
De que me adianta ter o mundo em minhas mãos,
se a estrela que importa brilha em outras dimensões e compõe o colchão luzente de outras constelações?
Enquanto pensava sozinho, cansado de tanto trabalho, o vento tocou o galho,
jogando-me uma bolinha tão pequena em minhas mãos, tão delicada e tão minha.
Refleti novamente sobre os problemas da vida.
Finalmente entendi que a vida tem seus dilemas.
Tinha o direito de ir aquela que tanto amava.
Eu não segurava o mundo, ele é que me prendia,
um Atlas da esquizofrenia.
E o mundo não se perdeu por minha culpa...
Só eu estava te perdendo.
Eu, um pigmeu.