A dor que, em si, me dói
A dor que, em si, me dói
Mora em tudo que não me dizes
No anseio por dias felizes
Que, em si, me faz esmorecer.
A dor que, em si, me dói
Em nada me poupa o crime
De desejar-te na arte que exprime
A dor que, aos poucos, me faz morrer.
A dor que, em si, me dói
É tristeza pura no partir
A partir do antônimo de rir
Que tirou, de mim, para ti,
Meu coração que te vê sorrir.
A dor que, em si, me dói
Vem dos dias que possuo
Da vida que quase tenho
Dos dias que me abstenho
Da tristeza que sinto e calo
Pois sei que outro te tocou
A dor que, em si, me dói
Mora em tudo que quase dizes
Na tua arte que quase exprimes
No desejo que sempre finges
De viver a vida que reprimes
Do anseio livre que oprimes
Quando tentas me poupar do crime
De morrer de vez por te querer.