SONETO DESMÉTRICO DE UM DESMETRIFICADO AMOR
Eu gostaria de te cuidar
Não fosse sua total rebeldia
Sabe, do tipo passear pela cidade
Ou sei lá, recitar uma poesia
Gostaria de te abraçar
Mas sua falta de vontade é latente
Não há toques, não há abraço
Rápida nas críticas, cruel contra a gente
Não há calma, voz baixa, silêncio
Nunca tem disponibilidade para um momento
Não pode isso, não pode aquilo
Não tem intenção, tampouco cumplicidade
Não pactua da alegria do amor
Não conduz a lugares de felicidade
Há ignorância e razão vaidosa
Arrogante, prepotente, teimosa
Dona da verdade e nunca reconhece o erro
Carinho? Nunca. Críticas. Arte do desespero
Falta maturidade para não repetir os erros
Que se diz cansada, mas em nada muda os fatos
Contraste entre ilusão e verdade
Peças que se tornam em cacos
Não é sobre o cuidado em casa
Sobre isso é incrível e muito eficiente
É sobre cuidar do relacionamento
Respeito, envolvimento, cuidar da mente
É sobre a falta de afeto e apego
A ceder, valorizar e ter apreço
Mas tudo na vida é uma aposta
E tudo na vida tem seu preço.
Até o dia que procure e não ache
Até o dia em que deseje e não tenha
Amor é fogo que queima
A frieza é como gasolina na lenha
Amor conduz ao ápice
Felicidade traduz esse momento
Se não tem a alegria da presença
Se não tem a complacência
A presença vira tormento
A vida perde o sentido, me atento