Cobraias da estupidez
Se arvorando naja em grosseria, subiu a voz
Cheio de razão, quis mostrar como se faz
Das suas frustrações, a ira como foz
Quem mandou, do seu mundo, subtrairem a paz
Do outro lado um grande susto
Tristeza e raiva pela falta de consideração
O benefício não se paga pelo custo
Chutar o balde aparece como solução
Ganha proporção o que podia ser pequeno
Uma brisa sibila forte, anunciando tempestade
Em discussões estúpidas, destilam seu veneno
Buscam sua pior peçonha, sem piedade
Assim, depois de muitas picadas, o arrependimento
Vontade de chupar o que foi inoculado
Mas corações ficarão só no lamento
Já corre nas veias um sangue envenenado
E de empinados prontos para batalha
Olham o chão e seu destino rastejante
Gostariam de reconhecer as suas falhas
Mas expuseram seu lado mais repugnante
Pense num caso verídico
Sinceras desculpas podem ser comoventes
Mas funcionam como soro antiofídico?
Na resistência do rancor, o ovo da serpente