O quarto
A luz florescia nas frechas do seu quarto fechado
Debruçava em seus olhos apertados
E tateava os mãos frias
Com cuidado, despertava os medos adestrados
Distorcia os propósitos dissimulados
Desfazia todas as avarias
O gosto daquele suor era amargo
Respingava nos pedaços dos móveis quebrados
Apedrejava os pecados que ela queria
E então, a madrugada a engolia em um toque delicado
Se transformava em um céu rosê estrelado
E nascia, assim, um novo dia