Soneto da suplica

Não cante mais uma canção,

não inspire outra poesia,

não componha nova melodia,

não habite o meu coração.

Pois vejo que tudo isso é vão.

Cada vez que você se aninha

e cresce, minha alma definha,

e meu choro ensopa o chão.

É por isso que venho e te peço:

Desapega de mim sem demora

e me deixa seguir no vazio.

Eu conheço de perto esse frio,

e eu vejo bem claro agora

que não posso pagar o seu preço.