"A praça"
Meus olhos tomados pelo azul quase absoluto
Interrompido apenas por pedaços necessários
De madeira, metal e concreto.
Concluo com satisfação a leitura de outro poema
Recolho o livro, faço uma pausa na música
Pra escrever qualquer besteira e descartar depois.
A lixeira anda cheia da gente.
Notas virtualmente amassadas
Insinuando pontos onde o outro falhou.
Virtudes artificialmente inventadas
Por indústrias credenciadas
Nos obrigando a sorrir sem o mínimo senso de humor.
Fiz tanto por nós, o mesmo tanto que desgastei desdenhando.
O mesmo tempo que gastei desenhando,
Rascunhando nosso estresse.
Quando em paz, quando em prece.
Fazendo a manutenção da barra
Que acusa o nível emocional
Conduzindo o culpado, já sentenciado, a colher
O que essa guerra social oferece em troca
Após tanto arrepender comportamental.
O “nós” nesses instantes parece silenciar dentro de mim.
Dar nó sobre nós, emaranhado o que está por vir.
Por ora o dilui, o diminui e adaptei até quase sumir
Pra que fosse expelido pra fora daqui.
Sem contar prós, sem considerar o pós,
Sem condenar maus hábitos e pensamentos ruins.
Guardei os cartões e os meus apelidos
Tentando esquecer os motivos pelos comprimidos.
Me desfiz dos desamores por mal-entendidos.
Sinto um espaço oco feito galho seco prestes a partir.
Sinto o fôlego esvair em outro tentar já prestes a desistir.
Consolidando o que venho a sentir.
Sou o tempo todo fogo queimando o rosto
De qualquer outro infeliz.
Sem muito mais assunto assusto uns pássaros distraídos
Pelo mesmo azul que eu
Destruindo qualquer equilíbrio existente ali
Impedindo os pássaros de permanecer e
Meu coração de quando criança a persistir.
Tudo volta à estaca zero, estaca cravada
Com força no peito do sujeito
Extinguindo a esperança que antes pretendi como último feito
Depositar em nós,
Desvinculei de ti.