Reflexões em um aquebrantado espelho
Eu olho para você,
Observo o quanto eu te odeio,
Sinto o quanto eu te desprezo.
Mas, este espelho está arranhado,
Sujo, quebrado.
Observo as montanhas geladas
Assim com as almas díspares
Contorcidas em ares fumegados
Com seus laços defeituosos, rasgados,
E este espelho que reflete as angústias
As lágrimas cênicas e cínicas
De uma humanidade nefasta, indiferente.
Não há um beijo caliente, sentimentos vulcânicos
Entre o abismo e o clamor indecifrável dos loucos.
Eu olho para você;
E você sou eu e eu nada sou
Apenas uma imagem riscada num espelho
Profundamente espelhado de desesperança e dessabor.