MENDIGO DO AMOR?

MENDIGO DO AMOR?

Pelas estradas da vida

Cabisbaixo vou a seguir,

Ainda trago feridas

Que curar não consegui.

Acidentes do passado,

Que tanto tem me machucado,

Me impedindo de sorrir.

Se hoje tenho fome,

E somente de amor,

Ainda sou o mesmo homem,

Mas algo aqui dentro mudou.

Trago comigo a experiência,

Sobrevivo com carência,

Mas a luta não acabou.

Carrego meu fardo,

A ninguém peço que carregue,

Não estou aleijado,

Apenas um pouco entregue.

Posso parecer abatido,

Sem cara metade, ombro amigo,

Mas compaixão, ninguém me deve.

Mas...se eu tombar,

E não conseguir me reerguer a tempo,

Ao menos irá ficar,

Aqui mais um exemplo.

De que não é preciso,

Que sejamos mendigos,

E que ao amor nada devemos.

Se não peço perdão,

Mas perdoo.

Se parar teu coração,

O meu eu doo.

Só não me peçam pra chorar,

Lágrima não mais há,

Secou-se ao todo.

Ladislau Floriano.