A SANGUE FRIO
A sangue frio se mata
E assim também se morre
A culpada não é a carne fraca
Quando no fundo a alma escolhe
Ao passo que perde o brilho
E também vai perdendo a cor
Se o peito já não serve de asilo
E cala-se a voz que tanto falou
Mata devagar e em silêncio
Mata a maneira em que sufoca
Vem a tona as cinzas do incenso
E da centelha o fogo já não brota
E ser o cativo do passado
Refém onde tudo acontece
Em que o furtivo é abstrato
Ante uma realidade silvestre