Relatos de um Marinheiro

Tão clichê seria dizer

Das tuas palavras, canto de sereia,

Qual marinheiro entra ao mar,

Pra nunca mais ver a areia.

Todavia quantos e quantos

Todos os dias nessa vida esférica

Não se entregam ao teus encantos

Pra depois ver-te a face cadavérica?

Sob o teu ou outros nomes

Quantas mentes já não fizeram

De tantos corações nobres

Todo mal que lhes quiseram.

Quisera eu a perspicácia

De Ulisses de grande coração

Ao ouvir o canto da desgraça

Amarrar-me forte ao timão.

Chegaria eu em casa, com revezes, sem derrota

Com honras de heroísmo

Não qualquer mais alma torta

Que perdeu-se fácil do juízo.

Docke Lima
Enviado por Docke Lima em 11/10/2022
Reeditado em 02/11/2023
Código do texto: T7624819
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