Relatos de um Marinheiro
Tão clichê seria dizer
Das tuas palavras, canto de sereia,
Qual marinheiro entra ao mar,
Pra nunca mais ver a areia.
Todavia quantos e quantos
Todos os dias nessa vida esférica
Não se entregam ao teus encantos
Pra depois ver-te a face cadavérica?
Sob o teu ou outros nomes
Quantas mentes já não fizeram
De tantos corações nobres
Todo mal que lhes quiseram.
Quisera eu a perspicácia
De Ulisses de grande coração
Ao ouvir o canto da desgraça
Amarrar-me forte ao timão.
Chegaria eu em casa, com revezes, sem derrota
Com honras de heroísmo
Não qualquer mais alma torta
Que perdeu-se fácil do juízo.