SEREI TUDO, MENOS NADA, SEREI O QUE VOCÊ NUNCA ME SERVIU ...

Queria saber a cor da tristeza

Embora eu a imagine cinza penetrante

Qual seria a cor da solidão

Dessas avassaladoras, que chegam num instante

Queria saber a dor da perda

Algo escuro e sem filtro

Ou qual a cor da lágrima silenciosa

Que na verdade se confundo com o grito

Queria mesmo era enxergar

Qual a cor do coração de quem não valoriza

Será que é negro como días de trevas

Ou tão sem cor, como os dias de brisa?

Às vezes eu me pego pensando na alma

Que cor trás em seus aspecto...

Não sei bem, nunca sei..

Mas sei que muda, se ela está por perto

Eu amei com tamanho amor

Sem cor, ou cor que eu pudesse ver

Mas imagino que se há uma cor

Seria da tua pele, representando você

Talvez eu descubra na sepultura

Que o amor era escultura

Que as cores eram delírios

Ou que te amar foi tanto meu mundo

E no deserto da vida

Seus lábios eram meus lírios

Que amar era reciprocidade

Quando te amava e não a recebia

Que amar era minha força, poder

Mas em você, era distópica utopía

Que em teu desprezo achei forças

De um coração tão diferente do meu

Enquanto eu lhes dedicava, tu desprezava

E não somente em palavras

Mas em atitudes como de um domingo a noite

Quando sem perceber me matava, cruel açoite

Mas gratidão por me ensinar a ver com clareza

Que enquanto tu eras rainha, não vias em mim nobreza

E que eu era forte demonstrando fraquezas

Quando frágil mesmo era tua alma vazia que fizera torpeza

Agora sou mais eu, mais forte, destemido

Não habitarei em corações vazios

Tampouco, em corpos sofridos

Serei mais intenso e cauteloso

Mais prudente, e até hostil

Serei tudo, menos nada, serei o que você nunca me serviu ...

(Poema de despedida de um amor que acreditei ser alma gêmea, e tão covardemente me desamparou na hora mais difícil da caminhada)

F.Fidelis

FidelisF
Enviado por FidelisF em 05/10/2022
Código do texto: T7620558
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.