O fim do fim

Hoje é a última vez que eu permito que me faça chorar

A última lágrima escorre pelo meu rosto quente

Minhas bochechas vermelhas, de vergonha e dor

Essa é a última vez que eu permito que me invada

Que me despedace e me fira desse jeito

Essa é a última vez que eu permito que fique, ainda que breve

Pegue seu egoísmo e destile em que está pra chegar

Deixo a porta aberta pra próxima que quiser se aventurar

Estou farta de nunca ser e nunca ter, mas sempre ceder

Farta de continuar a acreditar que eu significo algo pra você

Esse é o último poema também, estou cansada de escrever sobre você

Cansada de gritar e você não me ouvir

De me fazer presente, pra quem não merece ser presenteado

De ser futuro, pra quem gosta de passado

Esse é o fim do fim, o início do término, a última linha, a derradeira partida, o ponto final.

Juliana Bruns
Enviado por Juliana Bruns em 29/08/2022
Reeditado em 21/12/2022
Código do texto: T7593884
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