Farta
Estou farta de despedidas
De andar sozinha
Me sentar a mesa
Sem ninguém pra dividir
O potinho de sobremesa
Estou farta de desencontros
Já cheguei a tal ponto
Que resolvi encerrar
As vagas abertas
Pra alguém ocupar
Estou farta de abandonos
De ser usada até o ponto
Que é confortável usar
E depois ser largada no altar
Ou qualquer banheiro de esquina
Sempre sou eu a vadia, a mártir ou a louca
Estou farta de promessas
De amores rasos
Juras eternas
Contratos mantidos e escritos a lápis
Basta que apague
Pra nunca mais existir
Estou farta de você
Que disse ser
A companhia perfeita
E como quem levanta da mesa
Nem ficou pra sobremesa
Nem se quer se despediu
Arrancou-me do seu peito
Virou as costas e partiu