Não Sou de Ninguém
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
A um amor assim, prefiro dizer: não ser de ninguém.
Vives a propagar que sou seu...
— Que estou no seu cabresto, como burro em pesada carga... com bridão (freio) e tudo. Que me fará, do seu jeito...
Sem saber que, ninguém muda ninguém.
— Outrora, arquiteta infundadas notas, ao meu respeito: — Que estou a viver sobe seus pés...
Na verdade isso tudo não passa de ilações... Nem tudo que parece, é: não me permito escravidão.
— Quis tratar-me como cão: em brusco trato e condução em coleira; mas, não aceitei essa vida canina... ser seu animal de tração, de prazer, de atração...
— Suas amigas têm por certo ser eu, o seu bem-querer, pelas revelações soltas ao vento...
Verdade seja dita: não sou de ninguém.
Se rei, meu reinado não o teria por rainha.
Não atenderei seus caprichos...
Se preciso, seguirei meu destino solteiro a ter um amor interesseiro...
Prefiro não ser de ninguém, a viver em amarras... em vida sem sentido.
Mil vezes a liberdade... que no cativeiro de um amor-bandido...
Antes sozinho, que mal acompanhado...
Se o amor for cego, não me veja, me erre. Siga na sua ilusão, cegueira... que eu seguirei sem ninguém.
*Nemilson Vieira de Morais
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário. (30:05:22)