Xícara
Mesmo com açúcar este café é amargo
A cada gole eu me pergunto se foi adoçado
Com seu aroma me recorda aspargo
Se esconde em meu nariz resfriado
Era tão quente feito abraço de alguém querido
Acolhido feito aquela memória de felicidade
Me sentia tão seguro que acabava dormindo
Queria apenas ter reencontrando a outra metade
Estava morna aquela xícara
Feito bardo eu escrevo essas linhas
Acompanhado do som de uma cítara
Observo o sol surgir entre as colunas
Feito abraço solto que pra você foi indiferente
Estava triste e conformado com sua ausência
E inevitavelmente um pouco descontente
Eu senti que ali você não se importava mais com minha existência
O café esfriou feito fim de tarde
E trouxe consigo a noite
Aquele amargor que em minha língua arde
Era sofrido lembrar que perdi todo o dia com aquele café
Com a saudade você me deixou
Estava só em meio a estrada
Eu me perguntava às sete em ponto o porque cê não chegou
Mas depois das oito vi que nem sequer você saiu da sacada