111°

Esquece o poema que te dediquei

Sou fraco e hipócrita

Não gosto do mundo

Sou o solitário que não morreu

Todo dia com o dedo no gatilho

Esperando a hora certa para ir

Agradeço todo o empenho

Às vezes não sei quem sou

Mas ao ficar em casa

Juntos com meus demônios

Percebo que sou um ser inferior

Enquanto eles falam da “moda”

Eu venho com idéias de amor

Quem em sã consciência

Vai querer andar comigo?

Um aspirante a mendigo

Um delator da mentira

Não sirvo para esse mundo

Não sei ver a vida sem poema

Por isso, como um ator defasado

Retiro-me da cena

Adeus é uma forma de negar a deus

Estou fazendo isso agora.

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 24/04/2022
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