111°
Esquece o poema que te dediquei
Sou fraco e hipócrita
Não gosto do mundo
Sou o solitário que não morreu
Todo dia com o dedo no gatilho
Esperando a hora certa para ir
Agradeço todo o empenho
Às vezes não sei quem sou
Mas ao ficar em casa
Juntos com meus demônios
Percebo que sou um ser inferior
Enquanto eles falam da “moda”
Eu venho com idéias de amor
Quem em sã consciência
Vai querer andar comigo?
Um aspirante a mendigo
Um delator da mentira
Não sirvo para esse mundo
Não sei ver a vida sem poema
Por isso, como um ator defasado
Retiro-me da cena
Adeus é uma forma de negar a deus
Estou fazendo isso agora.
Otreblig Solrac - O poeta burro