Polissimeia
O corpo de alguém pesa contra o meu
Existe o desinteresse da ampulheta
Para aquilo que se configura interesse
Enterra em mim os cadáveres-estimativas
E que todas as palavras possam se emancipar
Fugir dos meus dedos e língua comum
Diga ao menos à tua vaidade
Despertenço a potência desta atribulação
Por onde se arrasta Tânatos revira os olhos
Arrepio na pele misto de titânio e mármore
Bolhas de cianeto desencadeiam quimeras
Com a tua impressão a despeito de tudo
A negação e a promessa, muito embora
Minhas costas curvam-se em profano formato
Apresento as chances e imploro por alternativas
Minha língua já solveu aquele dilúvio
Empurra meus joelhos à força
Quando mais preciso de alívio
Desça desassossego e destrua
Aquilo que há de hastear fonemas
Expectorar altares, púbis e cigarros
De olhos fechados recitar comerciais
Tal lenda austríaca de seus deuses semi usados
A importação pindorama de água tórrida
Me desato dos sábios do autocontrole
Apesar do silêncio, ainda insisto em escrever
Nego, mas sem dúvida, eu me devo perdão
Justo eu que comi de desculpas esdrúxulas
Tal pai, tal mineração, tal fragmento
O filho rendido a pulsões materiais
Tua droga é o ouro que cintila da expectativa
Querido nome que deveria esquecer, me incrimino na tua ausência...